quinta-feira, 26 de maio de 2022

OFERENDA

 Fique de mal com Deus por seus fiéis punguistas

Coloca seu rebanho a dispor de animais selvagens

Cercados por em um lugar a mercê do tempo
Matando um por semana como um oferenda
Para esse mesmo Deus que disse não obrigado
Por ser  analfabeto funcional e ter pouco discernimento dos manuscritos
Se considera santo para ressentimentos e  quem acredita no vigário

SONHOS LÚCIDOS

 

Matei os sonhos lúcidos com um copo de café
Para manter acordado do que fosse lindo
Os olhos cor de carmim que não mais piscavam
Cambaleando feito um zumbi em algum cruzamento público
Coberto por farrapos da última temporada
Vendo um mito de barro em um discurso impuro
Lendo meu obituario que diz que foi morto por suicídio

domingo, 22 de maio de 2022

A FÓRMULA QUE SE OPÕE

 Tomo um copo de veneno para te fazer mal

Faço este rito toda manhã

Escrevo teu nome na boca de um sapo

E que essa mandinga seja eficaz

Para que saibas a dor de viver só

Queimo fotos suas em um jarro

Isso me faz um pouco melhor

Depois me deito e meus pesadelos combato

Beijo e abraço pessoas estranhas

Para teu perfume me livrar

No entanto ele parece se espalhar

De alguma forma eu criei

Uma fórmula que se opõe

Aos atos que deveriam me limpar

Nem todo sal que joguei

Ou arrudas que colhi

O resultado é sempre igual

terça-feira, 17 de maio de 2022

UM MAMÍFERO SORRATEIRO CARNICEIRO QUE VOA

 Como a vista é diferente no topo da colina 

Lhe dá visão além do alcance 

É  uma pintura  

Um quebrador de expectativa 


Mesmo o cinza da cidade 

Poder ter beleza  se tiver astúcia 

Lá percebe variedade  ainda mais monocromático 

50 tons é pouco que a vida que bate 

Ao peito 

Mostrando a verdade que o mundo é um perigo maravilhoso 


A arte é pop e seus controversos contraste 

Devora o que parte e nutre quem vem 

Um mamífero sorrateiro carniceiro que voa 

Eu sou esse ser ou ninguém